AS
10 REGRAS DO BOM ESTUDO:
1.
Use a “rememoração” (recall). Após ter lido uma página ou uma seção do livro, olhe
para o outro lado e tente lembrar as ideias principais. Faça poucas marcações
no texto e nunca marque nada que você não tenha memorizado. Tente se lembrar
das ideias principais quando estiver indo para a aula ou em um ambiente
diferente de onde você as aprendeu inicialmente. A habilidade de rememorar –
gerar as ideias internamente – é um dos indicadores chave do bom aprendizado.
2.
Teste a si mesmo.
Em tudo, todo o tempo. Os cartões são os seus amigos. Nesses cartões se pode
escrever uma pergunta/problema em um lado e a resposta/solução no outro. Também
é possível utilizar folhas de caderno dobradas com o mesmo intuito. A ideia é
tentar responder antes de ver a solução, obviamente. Lembrando: não é possível
aprender bem sem exercitar, não importa qual seja a disciplina (biologia,
geografia, matemática, química...).
3. “Chunking”. Precisamos formar chunks, que são pedaços ou grupos de
itens de memória. Eles funcionam como saltos mentais que te ajudam a unir
pedaços de informações através do significado. Exemplificando: eles te ajudam a
desvendar um quebra-cabeça sem que você tenha visto a imagem completa. O chunk pode consistir em algumas peças
unidas te dando uma dica sobre como é a imagem final do quebra-cabeça: mesmo
sem saber que tem em mãos um quebra-cabeça com a imagem de um tiranossauro, se você
conseguir unir um grupo de peças que mostre uma boca grande e cheia de dentes
pontudos, outro grupo mostrando aqueles bracinhos e ainda outro mostrando uma
cauda, esses pedaços de informações provavelmente o levarão a concluir que o
quebra-cabeça contém a imagem de um tiranossauro.
Acredita-se que a nossa memória operacional, a que
está ativa quando você tenta trazer à mente alguns conceitos a fim de
conectá-los com o intuito de resolver um problema ou entender algo novo, pode
manter quatro desses chunks de
informações em um determinado tempo.
O processo de chunking
consiste em entender e praticar a solução de um problema de forma que ela possa
vir de volta à mente instantaneamente. Após você ter resolvido um problema,
ensaie ele. Certifique-se de tê-lo resolvido inteiramente – cada passo. Faça de
conta que é uma música e aprenda a tocá-lo repetidamente na sua mente, de forma
que a informação se combine em um chunk
que pode ser acessado prontamente.
4. Espalhe a sua repetição. Espalhe o seu aprendizado sobre qualquer
assunto um pouco por dia, como um atleta. Você tem vários dias durante a semana
para fazer isso. O seu cérebro é como um músculo – ele só consegue lidar com
uma quantidade limitada de exercícios acerca de um assunto a cada vez.
5.
Alterne diferentes técnicas de resolução de problemas durante a sua prática. Nunca pratique por
muito tempo em uma sessão única usando apenas uma técnica – após um tempo, você
estará apenas imitando o que fez no último problema. Misture e trabalhe
diferentes tipos de problemas. Isso te ensina como e quando usar uma técnica.
(Normalmente os livros não são organizados dessa forma, então você terá de
fazer isso por conta própria). Após cada lição e teste, retorne aos seus erros,
certifique-se de que entendeu porque errou e então trabalhe de novo nas suas
soluções. Para estudar de maneira mais eficaz, escreva a mão (não digite!) um
problema do lado de um cartão e a solução no outro. (Escrever a mão constrói
estruturas neurais mais fortes na memória do que a digitação). Você pode também
fotografar o cartão se quiser carregá-lo em um aplicativo de smartphone.
Teste-se aleatoriamente com diferentes tipos de problemas. Outra forma de fazer
isso é escolher aleatoriamente uma página com exercícios do seu livro, escolher
um e ver se você consegue resolver de imediato.
6.
Faça pausas.
É comum ser incapaz de resolver problemas ou entender conceitos em matemática e
ciências na primeira vez que você os vê. Esse é o motivo pelo qual estudar um
pouco por dia é muito melhor do que estudar tudo de uma vez. Quando você se
frustra com um exercício de matemática ou ciências, dê uma pausa de forma que
outra parte da sua mente possa assumir e trabalhar no plano de fundo.
7.
Use questionamentos explicativos e analogias simples. Sempre que você
estiver lutando com um conceito, pense, “como eu posso explicar isso de forma
que uma criança de 10 anos possa aprender?” Usar uma analogia ajuda bastante,
como dizer que o fluxo de eletricidade é similar ao fluxo de água. Não deixe a
sua explicação só no pensamento – diga em voz alta ou escreva. O esforço
adicional de falar e escrever te permite codificar mais profundamente o que
você está aprendendo (isto é, convertê-la em estruturas neurais de memória).
8.
Foque.
Desligue todos os alarmes do seu celular e do seu computador e acione um cronômetro
por 25 minutos. Foque intensamente nesse período e tente trabalhar o mais
diligentemente que você puder (para isso, mantenha-se longe de todas as
distrações). Após o término do período, dê a si mesmo uma pequena recompensa
divertida. Essa técnica de estudo é chamada Pomodoro. Algumas dessas sessões em
um dia podem realmente impulsionar os seus estudos. Tente ajustar os tempos e
os lugares de estudo – e não cheque o seu computador ou telefone, pois isso é
algo que você faz naturalmente.
9.
Lide primeiramente com o mais difícil. Faça a parte mais difícil no início do dia, quando
você ainda está descansado.
10.
Faça um contraste mental. Imagine de onde você veio e contraste com o sonho de
onde os seus estudos vão te levar. Poste uma imagem ou palavras no seu local de
trabalho ou estudo para lembrá-lo do seu sonho. Olhe para elas quando você
sentir falta de motivação. Esse trabalho todo vai compensar tanto para você
quanto para as pessoas que você ama.
AS
10 REGRAS DO MAU ESTUDO:
1.
Releitura passiva.
Sentar passivamente e correr os olhos pela página. A menos que você possa
provar que o material está se movendo para o seu cérebro, por rememoração das
ideias principais, sem olhar para a página, reler é uma perda de tempo.
2.
Excesso de marcações no texto. Marcar o texto pode enganar a sua mente te fazendo
pensar que você está botando algo no cérebro, quando o que você está fazendo é
apenas mexer a mão. Não tem problema marcar um pouco – algumas vezes pode ser
útil na identificação de pontos importantes, mas se você está usando as
marcações como ferramenta de memorização, certifique-se de que o que você marca
também está indo para o seu cérebro.
3.
Ver, apenas, a solução ou resposta de um problema e achar que você sabe como
resolvê-lo.
Esse é um dos piores erros que os estudantes cometem quando estudam. Você
precisa ser capaz de resolver um problema, passo a passo, sem olhar a resposta.
4.
Esperar até o último minuto para estudar. Você arriscaria ter uma lesão no
último minuto, se estivesse treinando para uma competição esportiva? O seu
cérebro é como um músculo – ele só pode lidar com uma quantidade de exercícios
limitada sobre um assunto de cada vez.
5.
Resolver repetidamente problemas de um mesmo tipo que você já sabe como
resolver.
Se você apenas sentar e resolver problemas similares durante a sua prática, não
estará realmente se preparando para um teste – é como se preparar para um
grande jogo de basquete treinando apenas o drible.
6.
Deixar as suas sessões de estudo se transformarem em sessões de bate papo. Checar as suas
resoluções de problemas com os amigos e fazer perguntas uns para os outros
sobre o que vocês sabem pode tornar o aprendizado mais agradável, revelar as
falhas no seu pensamento e aprofundar a sua aprendizagem. Mas se as suas
sessões de estudo em grupo se transformam em diversão antes do trabalho ter
sido terminado, você está perdendo o seu tempo e deveria se juntar a outro
grupo de estudos.
7.
Negligenciar a leitura do livro didático antes de começar a resolver os
exercícios. Você
mergulharia em uma piscina antes de saber nadar? O livro é o seu professor de
natação – ele te guia em direção às respostas. Você não vai conseguir nadar e
perder o seu tempo se não se importar em ler o livro. Porém, antes de começar a
ler, dê uma olhada rápida no capítulo ou seção para ter uma noção do que se
trata.
8.
Deixar de tirar dúvidas com os seus professores ou colegas de classe. Os professores estão
acostumados com os estudantes perdidos buscando ajuda – ajudar os estudantes é
trabalho do professor. Os professores se preocupam com os estudantes que não
vão até eles. Não seja um estudante assim, quando precisar, procure o professor.
9.
Pensar que você pode aprender em profundidade quando está sendo distraído
constantemente.
Cada olhadinha em uma mensagem ou conversa significa menos poder cerebral para
dedicar ao aprendizado. Cada instante de atenção interrompida arranca pequenas
raízes neurais antes de elas poderem crescer.
10.
Não dormir o bastante. O seu cérebro combina técnicas de resoluções de
problemas quando você dorme e também pratica e repete qualquer coisa que você
tenha botado em mente logo antes de ter ido dormir. A fadiga prolongada permite
o acúmulo de toxinas no cérebro e isso perturba as conexões neurais que você
precisa para pensar bem e rapidamente (dormir favorece o processo de eliminação
dessas substâncias tóxicas). Se você não tiver dormido bem antes de uma prova,
nada do que você fez vai fazer diferença.
Retiradas de: A Mind for Numbers:
How to Excel in Math and Science (Even if You Flunked Algebra), by Barbara
Oakley, Penguin, July, 2014.
Traduzido e adaptado por: Maximiliano Mendes.
Esse texto foi disponibilizado como material de
leitura do curso Learning how to learn: Powerful
mental tools to help you master tough subjects.
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