O SANGUE AS CÉLULAS DO SISTEMA
IMUNITÁRIO
Maximiliano Mendes
OBS: aqui o foco é
histológico, e não fisiológico!
O sangue é um tipo de tecido conjuntivo cujas células são produzidas por outro, o tecido reticular, que pode ser encontrado constituindo as medulas ósseas vermelhas e ao redor dos rins, baço e nódulos linfáticos. Possui fibras reticulares e forma uma espécie de substrato que apoia os órgãos e as estruturas linfáticas.
Já o sangue pode ser
localizado no interior dos vasos sanguíneos e do coração. Um adulto tem em
média 5 l de sangue e essa quantidade corresponde a aproximadamente 8 % do peso
do indivíduo.
Uma das características mais
marcantes do sangue é que ele possui matriz extracelular abundante e líquida,
chamada plasma, que compõe 55 % de seu volume. Os restantes 45 % do volume do
sangue são chamados elementos figurados e são células e partes de células.
No
que tange ao plasma, seu pH é por volta de 7,4, é composto por aproximadamente
92 % de água, 7% de proteínas e o restante, outros solutos transportados. A
função primordial do plasma é transportar diversas substâncias e íons
importantes para os processos fisiológicos, nutrientes, excretas nitrogenados,
CO2, hormônios, imunoglobulinas e etc.
Os principais elementos
figurados do sangue são os eritrócitos, os diversos linfócitos e as plaquetas:
Os eritrócitos ou hemácias são
as células vermelhas do sangue, responsáveis pelo transporte de O2.
Apenas uma pequena parte do transporte de O2 no sangue se dá pelo
plasma (~1,5 %), a maior parte do O2 transportado viaja ligado aos
átomos de ferro das hemoglobinas, proteínas localizadas no interior das
hemácias. São os elementos figurados presentes em maior quantidade no sangue:
~4-6.106/mm3. O ferro oxidado tende à cor avermelhada,
então, por conta do grande número de hemácias e do ferro oxidado das
hemoglobinas, o sangue tem a cor vermelha.
Uma hemácia leva, em média,
sete dias para se desenvolver e dura por volta de 120 dias no organismo. Em
mamíferos, as hemácias são anucleadas, tendo formato bicôncavo. Isso facilita a
passagem pelo interior dos capilares e também facilita a captação e a liberação
de O2 para as células. Já em outros animais as hemácias são
nucleadas.
As plaquetas são fragmentos de células chamadas
megacariócitos, localizadas nas medulas ósseas e associadas aos vasos
sanguíneos. As plaquetas são geradas a partir de prolongamentos que essas
células emitem para o interior dos vasos sanguíneos. Em termos de quantidades,
encontramos por volta de 2,5-4,0.105/mm3 de sangue.
As plaquetas atuam na coagulação sanguínea. Elas se agregam no lugar de uma lesão e liberam substâncias que, junto a várias outras proteínas plasmáticas, participam de um processo chamado de cascata de coagulação sanguínea. O resultado da cascata de coagulação sanguínea é a geração de uma espécie de tampa no local da lesão, o coágulo, formado por um emaranhado de plaquetas e outras células do sangue presas por proteínas chamadas fibrinas, que como o nome indica, formam fibras que prendem esses componentes no local da lesão e impedem a perda de sangue.
Os leucócitos (ou células
brancas) são várias células responsáveis pela defesa imunitária do organismo.
Encontramos por volta de 4-11.103/mm3 de sangue. Alguns exemplos:
Neutrófilos: células
fagocíticas.
Monócitos: células
fagocíticas, podem migrar para os tecidos conjuntivos propriamente ditos e se
diferenciam em macrófagos, que também são células fagocíticas. Tanto os
monócitos quanto os neutrófilos podem atravessar os vasos sanguíneos e migrar
para outros tecidos, por um processo chamado diapedese.
Eosinófilos: produzem
substâncias que combatem os vermes parasitas e participam das reações
inflamatórias.
Basófilos e mastócitos:
contêm grânulos capazes de liberar para o meio externo as substâncias histamina, vasodilatadora, e heparina, anticoagulante (esta, inclusive, utilizada no tratamento de tromboses). Essas substâncias atuam em processos inflamatórios.
Linfócitos B: diferenciam-se
em plasmócitos e produzem anticorpos (imunoglobulinas).
Linfócitos T CD4+: produzem
substâncias que promovem a ação dos outros leucócitos. Quando o HIV,
infecta e destrói essas células o organismo se torna imunodeficiente e
passa a ter dificuldades em elaborar uma resposta imune.
Linfócitos T CD8+: eliminam
células infectadas por vírus ou células tumorais (citotoxicidade). Essa eliminação se dá após
uma célula infectada apresentar em sua superfície algum peptídio antigênico
ligado ao MHC classe I (complexo maior de histocompatibilidade classe I).
As células NK (Natural Killer) também têm atividade citotóxica.
Referências
Campbell & Reece.
Biologia. 8ª Ed. Artmed. 2010.
Junqueira & Carneiro.
Basic Histology. 11th Ed. McGraw-Hill. 2005.
Ross, MH. & Pawlina, W.
Histology: a text and atlas. 7th Ed. Wolters-Kluwer. 2016.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmedhealth/PMHT0022046/
https://emedicine.medscape.com/article/2054452-overview
https://en.wikipedia.org/ -
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