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quinta-feira, novembro 14, 2013

Tecido Nervoso

TECIDO NERVOSO (E MAIS!)

Maximiliano Mendes

“E mais!”? Esse é um resumo sobre o tecido nervoso, porém, é muito difícil mencionar o tecido nervoso sem abordar algumas coisas sobre a fisiologia e a  anatomia do sistema nervoso, por isso o “e mais!” no título. Vamos a eles.

O tecido nervoso tem origem ectodérmica e possui pouca matriz extracelular. Sua importância primordial está no fato de que constitui o sistema nervoso, que tem as funções de coordenação e integração das partes do corpo entre si e com o ambiente. Em outras palavras, podemos dizer que o sistema nervoso ajusta o organismo para que ele funcione ou enfrente adequadamente diversas situações distintas. Como exemplos: suar quando se está com calor, salivar quando se está com fome e se sente o cheiro de algo saboroso, gerar a sensação de fome quando o estômago está vazio, promover a liberação de adrenalina e aumentar a frequência cardíaca quando é preciso fugir e etc.

Uma das principais características do sistema nervoso é a presença de células capazes de enviar e receber informações, os neurônios. Graças à atividade dessas células é que esse sistema pode regular o funcionamento do organismo, como já mencionado.

Organização e funcionamento do sistema nervoso:

A figura abaixo apresenta a organização do sistema nervoso. Como o tema primordial aqui é o tecido nervoso, o mais importante agora é saber que podemos separar funcionalmente o sistema nervoso em sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP). Quando se for estudar o funcionamento geral do sistema nervoso, então se enfatizarão, por exemplo, as estruturas encefálicas (cérebro, cerebelo, ponte, bulbo, tálamo, hipotálamo...) e as funções dos sistemas nervosos periférico simpático (prepara o organismo para situações nas quais haverá gasto energético) e o parassimpático (prepara para as situações nas quais pode haver economia de energia).



Sistema nervoso central (SNC): recebe informações sensoriais através dos nervos sensoriais (SNP), as processa e elabora respostas (veremos exemplos adiante).
Sistema nervoso periférico (SNP): envia informações para serem processadas pelo SNC (via nervos sensoriais) e também envia as informações provenientes do SNC para as estruturas efetoras das respostas (o envio das informações se dá através de nervos motores).

O SNP é constituído de nervos e gânglios:

Gânglios: conjuntos de corpos celulares de neurônios presentes nos nervos. Os gânglios constituem pontos de retransmissão de informações e conexões intermediárias entre as estruturas neurais.
Nervos: feixes ou conjuntos de neurobribras (axônios e dendritos), que enviam informações para o SNC e do SNC para outros locais.

O funcionamento do sistema nervoso pode ser visto de forma bem simplificada na figura abaixo. Basicamente, alguma informação ou estímulo sensorial é captado por um receptor sensorial. Este irá enviar essas informações a partir de nervos sensoriais do SNP ao SNC, para que lá, a informação possa ser processada e o SNC elabore uma resposta. Essa resposta, por sua vez, é enviada via nervos motores a alguma estrutura efetora, que pode ser qualquer estrutura ou órgão, porém, nos exemplos do ensino médio normalmente só se mencionam os músculos se contraindo e as glândulas secretando algo.



Um bom exemplo disso tudo aí em ação são os reflexos ou respostas reflexas. Esses reflexos, ao contrário do que se pode pensar não são meros movimentos rápidos de ninjas. Realmente, são movimentos rápidos, mas o motivo é que os reflexos são movimentos involuntários, ou seja, independem da própria vontade (você faz sem saber que está fazendo) cujo objetivo é resguardar a integridade física do corpo, por isso é que tem de ser bem rápidos. Para se ter uma noção, em um estudo, estimou-se que o tempo requerido para que uma informação visual seja processada é de 0,45-0,75 s. Dependendo do tipo de dano, por exemplo, manter a pele em um ferro de passar roupas pelando de quente, talvez mais de meio segundo seja tempo demais, por isso é necessário que essas informações sejam processadas de maneira involuntária, na medula espinhal, de forma a acelerar muito o processo.

Um reflexo comum é o de retirada, que pode ser visto na figura abaixo.



Note que, apesar de os reflexos serem movimentos involuntários, logo após o movimento ter acontecido o indivíduo toma consciência do ocorrido, pois viu que a perna mexeu, sentiu a perna mexer e na medula espinhal, outros neurônios, chamados neurônios associativos também enviam as informações ao encéfalo.

Células do tecido nervoso: são os neurônios e as células da glia (ou gliócitos).


Neurônios: são as principais células do tecido nervoso, responsáveis pela transmissão de informações/estímulos por meio de um processo chamado impulso nervoso.

As partes de um neurônio são as seguintes:

Dendritos: prolongamentos ramificados que funcionam como antenas captadoras, recebendo estímulos ou impulsos nervosos provenientes de outros neurônios ou outras células sensoriais. Estes estímulos geralmente são enviados ao corpo celular.
Corpo Celular: parte volumosa, onde se encontram o núcleo e a maior parte das organelas.
Axônio: É um “cabo”, responsável por transmitir os impulsos nervosos para outro neurônio ou para as células de uma estrutura efetora, como por exemplo, células musculares ou glândulas.

Na figura abaixo podemos ver as partes dos neurônios, dois deles se comunicando através de uma sinapse química e o sentido de propagação do impulso nervoso. Veremos em seguida explicações breves sobre tudo isso e também destaco que normalmente o tipo de neurônio visto nas figuras é esse aí, o multipolar, o mais comum, com um axônio e vários dendritos.



Os impulsos nervosos consistem em ondas de despolarização da membrana plasmática dos neurônios graças à abertura de canais de Na+. Vejamos uma explicação super simplificada:

O interior das células é negativamente carregado em relação ao meio extracelular, isso porque, além da maioria dos componentes celulares serem negativamente carregados (proteínas, ácidos nucleicos e etc.), a atividade da bomba de sódio e potássio, ao retirar 3 Na+ e adicionar 2 K+ dentro das células, ou seja, retirar três cargas positivas e repor duas, garante a manutenção dessa diferença de cargas entre o meio interno e o externo. O que inicia um impulso nervoso é um estímulo capaz de promover a abertura de proteínas canais de Na+ em um determinado local da membrana, então os íons Na+ adentram a célula por difusão facilitada e fazem com que aquela região seja despolarizada: torne-se positivamente carregada em relação ao meio externo. Essa abertura inicial de canais de Na+ seguida da despolarização inicial, promovem a abertura de mais canais de Na+ nas adjacências, e assim, a onda de despolarização se propaga. Dizemos que é uma onda de despolarização da membrana, pois os canais de Na+ estão localizados nela e o processo ocorre na periferia da célula.

A figura abaixo mostra de maneira bastante simplificada como se dá esse processo, porém, se você tiver interesse em entender um pouco melhor, recomendo assistir essa videoaula minha: http://www.youtube.com/watch?v=zrVxLrfJKcc
Ou essa: https://www.youtube.com/watch?v=XuA08WNUAWM
 



O axônio pode ou não ser revestido por uma bainha de mielina cuja função é acelerar a propagação dos impulsos nervosos, isso porque só ocorre despolarização da membrana nas porções que não estão revestidas por ela, os nós neurofibrosos. Assim, diz-se que nos axônios mielinizados os impulsos nervosos se dão aos saltos (pois só ocorre despolarização nos nós), por isso são bem mais rápidos.



Sinapses: esse termo pode se referir tanto ao local onde os neurônios se comunicam como também ao nome do processo que permite essa comunicação. No contexto do ensino médio normalmente só se enfatizam as sinapses químicas. Basicamente, quando a onda de despolarização da membrana que ocorre durante um impulso nervoso chega até a extremidade de um axônio, isso promove a liberação de moléculas chamadas neurotransmissores no espaço entre o axônio do neurônio que está enviando o impulso nervoso e o dendrito que captará esse estímulo. A esse espaço damos o nome de fenda sináptica. Quando os neurotransmissores se ligam a proteínas receptoras específicas para eles na membrana do dendrito, isso inicia um impulso nervoso ali, que se propaga ao longo desse novo neurônio no sentido padrão (dendrito > corpo celular > axônio).




Existe outro tipo de sinapse, a elétrica, na qual as membranas estão muito próximas, de forma que não há fenda sináptica e os citoplasmas das células é contínuo, pois nesse local há  junções do tipo gap, onde há canais proteicos que comunicam os citoplasmas das duas células. Esse tipo de sinapse permite que o impulso nervoso seja transmitido diretamente e mais rápido para o neurônio seguinte, pois não utiliza neurotransmissores.  Mas a intensidade do estímulo diminui mais rápido também na medida em que a informação viaja entre os neurônios. Esse tipo de sinapse pode ser encontrada, por exemplo, em sistemas neurais que requerem respostas rápidas, como os reflexos.

Células da Glia: são células que oferecem proteção e suporte estrutural e metabólico aos neurônios. Dentre elas, podemos destacar as seguintes:



Astrócitos: selecionam nutrientes para os neurônios e lhes conferem sustentação física. Essas células são associadas aos vasos sanguíneos.
Micróglia: células fagocíticas, portanto, atuam na defesa imunitária.
Oligodendrócitos (SNC) e Células de Schwann (SNP): formam as bainhas de mielina. Como já mencionado, essas bainhas de mielina são estruturas cuja função primordial é aumentar a velocidade de propagação dos impulsos nervosos. Atuam como isolantes elétricos capazes de impedir que o impulso nervoso se propague para os neurônios adjacentes. As bainhas de mielina consistem em um enrolamento das membranas plasmáticas dessas células gliais em torno dos axônios. (Lembrar que as porções do axônio não recobertas pela bainha de mielina são chamadas nós neurofibrosos e são os locais onde pode ocorrer a despolarização da membrana).
Células ependimais: revestem os ventrículos cerebrais, secretam o fluído cerebroespinhal (ou líquido cefalorraquidiano) e podem atuar como células tronco.

No que tange às quantidades de células da glia em relação às quantidades de neurônios, os dados mais recentes indicam que, no geral, a proporção é próxima de 1:1 (ou seja, um neurônio para cada célula da glia), porém, as quantidades variam em partes específicas do sistema nervoso, por exemplo, o córtex cerebral tem mais células da glia que neurônios (3,76 gliócitos para cada neurônio) e o cerebelo tem mais neurônios que células da glia (4,3 neurônios para cada gliócito).

Para finalizar, as porções do tecido nervoso que contêm maior concentração de corpos celulares de neurônios e células da glia é chamada de substância cinzenta e as regiões contendo uma maior concentração de neurofibras (dendritos e axônios) e bainha de mielina é chamada de substância branca.



Observando a figura acima e uma anterior, sobre o reflexo de retirada, perceba que a disposição das substâncias branca e cinzenta se alteram no cérebro e na medula espinhal.

Referências:

Alberts, B. et al. Biologia Molecular da Célula. 5ª Ed. Artmed. 2010.
Amabis & Martho. Biologia das Células. Moderna. 2004.
Amabis & Martho. Biologia dos Organismos. Moderna. 2004.
Junqueira & Carneiro. Histologia Básica. 10ª Ed. Guanabara Koogan. 2004.
Junqueira & Carneiro. Basic Histology. 11th Ed. McGraw-Hill. 2005.
Purves, D. et al. Neurioscience. 3rd Ed. Sinauer Associates. 2004.
Sônia Lopes. Bio: Volume Único. 2004.
Wikipédia em língua inglesa, várias entradas sobre o tema.
http://bcs.whfreeman.com/thelifewire/content/chp44/4403s.swf
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK11164/
https://en.wikipedia.org/wiki/Electrical_synapse

segunda-feira, outubro 14, 2013

Tecidos Musculares

TECIDOS MUSCULARES

Maximiliano Mendes 

Imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Bodybuilder,1953.jpg

CARACTERÍSTICAS GERAIS:

Tecidos de origem mesodérmica (assim como os conjuntivos) constituídos por células de formato geralmente alongado, por isso chamadas fibras. Também podem ser chamadas miócitos (células musculares).

Essas células têm como característica mais evidente a capacidade de se contrair, por possuírem em seu citoplasma muitas fibras proteicas contráteis, chamadas miofibrilas, principalmente de actina e miosina, estas mais espessas que aquelas. As fibras de actina podem ser deslocadas sobre as de miosina resultando no encurtamento da célula muscular, sendo que para isso ocorrer é necessário energia e íons Ca+2. Normalmente também é necessário que haja o estímulo nervoso, que envia aos miócitos o sinal para que se contraiam (exceto no caso das células do músculo cardíaco).



FUNÇÕES:

Devido ao fato de que as suas células têm capacidade contrátil, os tecidos musculares são os responsáveis pelos movimentos e a locomoção do organismo (músculo esquelético), movimentos dos órgãos, como o batimento do coração (músculo cardíaco), e o peristaltismo dos órgãos tubulares (envoltos por musculatura lisa).

TIPOS:



Tecido muscular estriado esquelético:



Constitui a maior parte dos músculos, inclusive o que se chama “carne”, como aquelas que vemos penduradas no açougue. Esses músculos são chamados esqueléticos por serem associados ao esqueleto, ligados aos ossos pelos tendões e aponeuroses (tecidos conjuntivos). Logo, permitem os movimentos e a locomoção.

Suas células têm formato alongado, geralmente se estendendo de uma ponta à outra do músculo (algumas fibras podem chegar até 30 cm). As células responsáveis pela geração dos miócitos são chamadas mioblastos.

As fibras são ditas estriadas por possuírem faixas (estrias) transversais. Cada fibra estriada esquelética é uma célula multinucleada resultante da fusão de várias outras (um sincício), às vezes podendo ter centenas de núcleos. Devido à isso, podemos considerar que essas fibras não se dividem mais.

Cada fibra esquelética é envolta pelo sarcolema, composto pela membrana plasmática mais uma matriz extracelular chamada endomísio. O sarcolema liga as fibras aos tendões.

As miofibrilas contráteis das fibras esqueléticas são constituídas principalmente por filamentos de actina e miosina orientadas no sentido longitudinal da célula e organizadas em estruturas chamadas sarcômeros. Elas preenchem quase que completamente o citoplasma, chamado sarcoplasma, onde também há várias mitocôndrias, grânulos de glicogênio e abundante retículo endoplasmático liso (chamado retículo sarcoplasmático) especializado em armazenar Ca+2, íon envolvido no processo de contração muscular.



Também é importante destacar que a molécula responsável pelo armazenamento de O2 nos músculos é a mioglobina, localizada no citoplasma. Essas moléculas são semelhantes à hemoglobina, mas constituídas por apenas uma unidade e, inclusive, é por causa dela que os músculos têm coloração avermelhada. A presença de O2 disponível é necessária tendo em vista o fato de que o processo de contração muscular necessita de bastante energia (especialmente em casos de emergência!). Veremos mais sobre a contração muscular adiante.



A membrana plasmática das células pode se invaginar em direção ao interior do citoplasma (chamado sarcoplasma), formando os chamados túbulos T, cuja função primordial parece ser a de transmitir o impulso nervoso proveniente dos neurônios até as membranas dos retículos sarcoplasmáticos, promovendo a liberação de Ca+2 e a subsequente contração muscular.

Os músculos estriados esqueléticos possuem contração dependente de estímulo nervoso e voluntária, ou seja, pode ocorrer de acordo com a vontade do indivíduo (exceto nos casos das respostas reflexas, que são involuntárias). Além disso, graças ao fato de que suas miofibrilas estão organizadas em sarcômeros, podem se contrair rapidamente.

No que diz respeito à prática de atividade física, essa não induz os miócitos a se dividirem, entretanto, o que aumenta é a quantidade de miofibrilas contráteis no interior do citoplasma das fibras, por isso os músculos crescem. Além disso, também vale destacar que alguns mioblastos chamados células satélites, localizados nas lâminas basais que envolvem os miócitos, permanecem em estado inativo após a diferenciação celular. Essas células são capazes de se multiplicar e se fundir às fibras musculares já existentes, aumentando o seu tamanho, processo que pode ser promovido pela prática de exercícios físicos muito intensos e lesões.

Tecido muscular estriado cardíaco



O músculo cardíaco está presente no coração, constituindo o miocárdio. Suas células, assim como as células estriadas esqueléticas, também apresentam estrias transversais, mas são mais curtas, ramificadas e não têm tantos núcleos. Outra diferença é a de que possuem contração involuntária e independente do estímulo nervoso.

Mais uma característica bastante evidente das células musculares cardíacas é o fato de que se comunicam umas com as outras a partir de junções chamadas discos intercalares. Esses discos permitem o trânsito de substâncias entre as células e, graças a isso, a contração rítmica do miocárdio. Como já mencionado, as células do músculo cardíaco não necessitam de estímulo nervoso para se contrair, pois o próprio coração possui um grupo de células especializadas em gerar os sinais para a contração, que constituem o chamado nó-sinoatrial, o marca-passo cardíaco.

Assim como o músculo esquelético, esse é um tecido que tem baixa capacidade de regeneração, pois podemos considerar que as células do músculo cardíaco também não se multiplicam mais.

Tecido muscular liso ou não estriado

Apresenta miócitos com apenas um núcleo, de contração involuntária e sem faixas ou estrias transversais como os dois tipos mencionados anteriormente. Mais especificamente, esse tipo de músculo é chamado liso por não possuir essas estrias transversais, ou seja, as miofibrilas não são organizadas em sarcômeros. Em decorrência disso, sua contração é lenta.



De forma geral, é um tecido presente em órgãos tubulares (onde pode ser o responsável pelo peristaltismo e pelo controle do calibre de vasos sanguíneos) e em outros locais, como o útero. Como exemplos de órgãos tubulares podemos citar os vasos sanguíneos, esôfago, intestino, canais deferentes e etc. Também é bom destacar que, ao contrário dos outros, os músculos lisos apresentam grande capacidade de regeneração.

A contração muscular (mais especificamente para a musculatura esquelética).

Basicamente, a contração de um músculo é o seu encurtamento e isso se deve ao fato de que as miofibrilas estão organizadas em unidades contráteis chamadas sarcômeros. Nesse arranjo, os filamentos de actina podem ser deslizados sobre os de miosina, fazendo com que os sarcômeros diminuam de comprimento e, em consequência, o músculo se contraia, puxando o osso ao qual está ligado por um tendão, assim, permitindo o movimento. Para que a contração ocorra são necessários energia, fornecida pela hidrólise do ATP (em ADP e Pi) e Ca+2.


INFORMAÇÕES SUPLEMENTARES

Tipos de fibras musculares estriadas esqueléticas:

Podemos dizer que, de forma simplificada existem dois tipos principais de fibras:

Tipo I: são as fibras de contração lenta, também chamadas de fibras vermelhas, por possuírem mais mioglobina. No geral, são células mais adaptadas a gerar energia via respiração aeróbica, e por isso, também apresentam mais mitocôndrias do que o outro tipo, sendo, assim, mais resistentes à fadiga.
Tipo II: são as de contração rápida, também chamadas de fibras brancas, por não possuírem tanta mioglobina e nem tantas mitocôndrias quanto as fibras do tipo I. Assim, geram energia primordialmente via fermentação láctica (processo anaeróbico). Existem três subtipos dessas fibras: as IIa, IIx e IIb, sendo as IIb as que têm a menor quantidade de mitocôndrias e mais dependentes do metabolismo anaeróbico. Os outros dois subtipos, IIa e IIx, são intermediárias entre as fibras do tipo I e as do tipo IIb.

Deve se destacar que, dependendo do tipo de treinamento, um atleta possuirá um número maior de um dos tipos de fibras descritos acima e, ainda, caso haja mudança no tipo de treino, as fibras podem, até certo ponto, se converterem de um tipo em outro.

Os esteroides anabolizantes e os seus efeitos colaterais:

Basicamente, esses esteroides anabolizantes que se utilizam são versões sintéticas da testosterona, que dentre várias funções é capaz de promover o desenvolvimento das características sexuais secundárias masculinas, como o aumento da massa muscular, da força e, em alguns casos, da agressividade. Mas também voz mais grave, aumento do clitóris, diminuição dos seios, alteração do ciclo menstrual e hirsutismo (aumento na quantidade de pelos terminais) – características que dificilmente alguma mulher quer ter.

Se por um lado o uso de esteroides é associado a vários efeitos ergogênicos (que melhoram a performance física), como o aumento da força, da resistência, diminuição do percentual de gordura e vários outros, por outro, o uso também está associado à possibilidade de desenvolvimento de alguns efeitos colaterais nos homens: 
  • Aumento de risco de infarto do miocárdio.
  • Alterações nas concentrações de lipídios no plasma sanguíneo, aumento da pressão arterial e aumento do risco de trombose.
  • Danos ao fígado, aumento do risco de desenvolver tumores hepáticos e peliose hepática (cistos cheios de sangue).
  • Risco de fechamento prematuro das placas epifisárias em adolescentes. (Diminui o crescimento. As epífises são as extremidades dos ossos, que crescem substituindo o tecido cartilaginoso lá presente. Note que nem toda a cartilagem será substituída, visto que deve haver cartilagem articular para proteger as pontas dos ossos).
  • Risco de rompimento dos tendões.
  • Aumento da incidência de acne.
  • Acelera a calvície masculina em indivíduos geneticamente predispostos.
  • Ginecomastia (aumento benigno dos seios masculinos). Nesse caso, a correção deve ser feita por cirurgia.
  • Perda da libido.
  • Diminuição no tamanho dos testículos e oligospermia (contagem reduzida de espermatozoides por volume de esperma).


É importante notar que, quanto mais jovem se começa a utilizar, ou quanto mais tempo, ou quanto maior for a intensidade do uso, os efeitos poderão ser piores. Além disso, a maioria desses efeitos parece ser reversível caso o uso dos esteroides seja interrompido, porém, há também a perda dos efeitos ergogênicos.

REFERÊNCIAS

Amabis & Martho. Biologia das Células. Moderna. 2004.
Hoffman, JR & Ratamess, NA. Medical issues associated with anabolic steroid use: are they exaggerated? Journal of Sports Science and Medicine. 5(2). 2006.
Ingalls, CP. Nature vs. nurture: can exercise really alter fiber type composition in human skeletal muscle? Journal of Applied Physiology. 97(5). 2004.
Junqueira & Carneiro. Histologia Básica. 10ª Ed. Guanabara Koogan. 2004.
Junqueira & Carneiro. Basic Histology. 11th Ed. McGraw-Hill. 2005.
National Institute on Drug Abuse Research Report Series – Anabolic Steroid Abuse.  National Institutes of Health. 2006. http://www.drugabuse.gov/PDF/RRSteroids.pdf.
Sônia Lopes. Bio: Volume Único. 2004.
Wang YX, Zhang CL, Yu RT, Cho HK, Nelson MC, et al. Regulation of muscle fiber type and running endurance by PPARd. PLoS Biology. 2(10): e294. 2004.

segunda-feira, setembro 16, 2013

SISTEMAS GENITAIS HUMANOS

SISTEMAS GENITAIS HUMANOS

Somos uma espécie:


  • Dioica: cada organismo possui apenas um sistema genital, masculino ou feminino.
  • De reprodução gamética ou sexuada: cada organismo produz gametas masculinos ou femininos que geram um novo indivíduo ao se encontrarem e se unirem no momento da fertilização.
  • De fertilização interna: os gametas masculinos são inseridos no sistema genital feminino, onde ocorre a fertilização (encontro e união dos gametas).

Os sistemas genitais compreendem o conjunto de órgãos, estruturas e substâncias assessórias que permitem a reprodução (no caso aqui, a reprodução gamética). Esse conjunto gera os gametas, os hormônios sexuais, o desejo de se reproduzir e, também, permitem o ato da cópula e a geração e o desenvolvimento dos novos indivíduos.


SISTEMA GENITAL MASCULINO


Saco escrotal ou escroto: bolsa de pele que abriga os testículos e permite que os espermatozoides se desenvolvam em uma temperatura de 2° - 4° C abaixo da temperatura corporal (36°- 37° C). O escroto também possui musculatura. Os destaques são os músculos cremastéricos, que recobrem os testículos e são responsáveis por fazer o papel de termostatos: levantam ou afastam os testículos da cavidade abdominal a fim de regular a temperatura na qual eles são mantidos.

Testículos: são as gônadas masculinas, responsáveis pela produção de gametas e hormônios masculinos.

São dois, sendo que na maioria dos homens o esquerdo é menor e pendurado um pouco mais abaixo, não se sabe ao certo o motivo, mas pode ter a ver com o padrão de vascularização e isso serviria para manter os dois testículos desalinhados, de maneira que um não aqueça o outro. Na nossa espécie, o padrão é que estejam localizados na bolsa escrotal, porém, em alguns mamíferos cuja temperatura corporal é baixa o suficiente para permitir a espermatogênese, como os elefantes e as baleias, os testículos se localizam dentro da cavidade abdominal. Em vários roedores os testículos só saem da cavidade abdominal para a bolsa escrotal nos períodos reprodutivos.

E sobre os golpes nos testículos? Em primeiro lugar, os choques nesses locais doem muito devido ao fato de os testículos serem muito enervados, inclusive, dependendo da potência, a dor pode se propagar até a garganta e o impacto pode causar esterilidade por causa da hemorragia que segue. Outro fato doloroso é que nesses casos os músculos cremastéricos se contraem para levantar e proteger os testículos (digamos que fique mais difícil acertar o alvo). O problema é que, dependendo da pancada, em casos bem raros eles se contraem de forma muito intensa e isso pode causar o pseudo cripto-orquidismo: os testículos são contraídos de forma tão intensa que quase entram na cavidade abdominal!


Se você é homem e ficou impressionado ao ler essas coisas é possível que os seus músculos cremastéricos tenham contraído e você esteja sentindo uma dor leve lá, só de pensar na miséria que seria tomar um chutão no saco escrotal.

Destacamos nos testículos os túbulos seminíferos e as células intersticiais:

Túbulos seminíferos: o interior dos testículos é preenchido em grande parte por esses túbulos, que são os locais onde são produzidos os espermatozoides.

Células intersticiais: localizadas nas adjacências dos túbulos seminíferos. Produzem testosterona sob a ação do hormônio luteinizante. Também podem ser chamadas de células intersticiais de Leydig.

Os vários grupos de túbulos seminíferos acabam desembocando nos epidídimos:

Epidídimos: canais onde os espermatozoides amadurecem e ficam armazenados até o momento da ejaculação. Localizados fora dos testículos. Cada epidídimo tem aproximadamente seis metros de comprimento e os espermatozoides humanos levam cerca de três semanas para atingir a maturidade e se tornarem móveis. Lembre-se de que as células geradas mais diretamente pela meiose na espermatogênese são chamadas espermátides. Nos epidídimos elas terminam o desenvolvimento em espermatozoides.

Esperma ou sêmen: solução contendo espermatozoides e secreções nutritivas das glândulas do sistema genital. Parte da solução constituinte do sêmen é produzida nos testículos e em outras glândulas do sistema genital. Estima-se que um homem saudável libere 15-200 milhões de espermatozoides para cada ml de sêmen ejaculado.

Canais deferentes: continuação dos epidídimos. Os dois canais ou vasos deferentes unem-se em um duto ejaculatório na parte posterior da próstata e de lá o esperma é conduzido até a uretra.

Glândulas seminais: produzem uma secreção contendo diversas substâncias, alguns exemplos: a vitamina C; frutose, utilizada como fonte de energia pelos espermatozoides; prostaglandinas, substâncias capazes de inibir a resposta imune feminina contra os espermatozoides; substâncias coagulantes, o esperma parcialmente coagulado permanece mais tempo no sistema genital feminino.  Constitui de 60 – 85 % do volume do esperma.

Próstata: glândula cuja secreção também nutre os espermatozoides e constitui de 15 – 30 % do volume do esperma. Dentre as substâncias presentes, está o ácido cítrico (que serve de nutriente para os espermatozoides). A versão homóloga feminina são as glândulas de Skene, localizadas na abertura da vagina.

Infelizmente, em metade dos homens entre 51 e 60 anos de idade a próstata sofre aumento benigno e os tumores na próstata estão entre os mais comuns. O método mais barato e talvez ainda mais eficiente para se detectar alterações prostáticas seja o exame de toque retal. É só ver, como mostrado na figura que a próstata fica perto do ânus, logo, é fácil para um médico detectar algum aumento nela utilizando essa técnica. 

Podemos dizer que o esperma, constituído principalmente das secreções da próstata e das glândulas seminais, é alcalino e neutraliza o meio ácido da vagina, prolongando a viabilidade dos espermatozoides. O meio ácido da vagina dificulta a proliferação de micro-organismos patogênicos. Não se sabe ao certo se esse meio é mantido ácido pela ação das glândulas vaginais, se é pela secreção de ácido láctico por lactobacilos ou se ambas as coisas.

Glândulas bulbouretrais: produzem uma secreção que limpa e neutraliza a acidez da uretra antes da passagem do esperma (ejaculação). Essa secreção pode carregar espermatozoides consigo, provenientes de sêmen residual, por isso, o método contraceptivo do coito interrompido pode falhar. As glândulas bulbouretrais são homólogas às glândulas de Bartholin (ou vestibulares) localizadas na abertura da vagina.

Uretra: canal que transporta o esperma para fora do corpo. Pela uretra masculina passam urina e esperma, portanto, ela faz parte tanto do sistema genital quanto do urinário. Nas mulheres a uretra só faz parte do sistema urinário. A abertura da uretra se chama meato.

Pênis: órgão copulador masculino possuidor de tecidos esponjosos eréteis, derivados de vasos sanguíneos modificados. O que causa a ereção do pênis e o torna rígido é o fato de ele se encher de sangue. O mecanismo consiste no seguinte: na medida em que o sangue vai preenchendo os tecidos esponjosos, quando o homem sente vontade de se reproduzir, o aumento de pressão gerado promove a constrição dos vasos que levam o sangue para fora do pênis. Assim, o sangue entra com facilidade, mas não sai tão facilmente. O Viagra atua causando vasodilatação, relaxando a musculatura lisa dos vasos que levam o sangue ao pênis (mecanismo dependente de NO – óxido nítrico), fazendo com que ele se encha mais facilmente de sangue.

Os tecidos esponjosos do pênis formam: 

Corpos cavernosos: tecidos eréteis, podem se encher de sangue de forma a permitir a ereção. São dois, localizados na porção superior do pênis, um ao lado do outro.

Corpo esponjoso: envolve a uretra, localizado abaixo dos corpos cavernosos. Também pode se encher de sangue.

A porção do pênis responsável pela sensação de prazer é a cabeça ou glande, cuja pele é mais fina, sensível e possuidora de terminações nervosas que levam os estímulos tácteis para o cérebro, gerando a sensação característica do orgasmo, que inclusive envolve a contração rítmica do pênis.

Durante o sono REM (rapid eye movements) é comum acontecerem ereções e isso pode ser devido ao fato de que nesse estado, as descargas dos neurônios noradrenérgicos do locus ceruleus cessam, e esses são responsáveis por inibir a ereção.

A glande é recoberta por uma dobra de pele chamada prepúcio. Esse prepúcio pode ser removido em um procedimento cirúrgico chamado circuncisão, mais comumente adotado por pais seguidores do Judaísmo ou do Islamismo, por exemplo. Sabe-se que a circuncisão pode prevenir alguns problemas e ser utilizada no tratamento da fimose, porém, também pode apresentar riscos. Por isso, aparentemente não é um procedimento comumente recomendado pelos pediatras.

É interessante notar que em vários outros mamíferos (roedores, baleias, morsas e etc.) o pênis possui um osso, o báculo, que auxilia o enrijecimento.


SISTEMA GENITAL FEMININO


Lábios maiores e menores: dobras de tecido conjuntivo e adiposo recobertas de pele. Os maiores se localizam externamente. Aparentemente os lábios maiores têm a função de oferecer algum grau de proteção às estruturas mais internas, como o clitóris e a abertura da vagina. Os lábios maiores são estruturas homólogas ao saco escrotal e durante a adolescência desenvolvem pelos. Os lábios menores intumescem (enchem-se de sangue), durante o ato da cópula, tornando a região mais sensível à estimulação.

Os lábios maiores e menores, a abertura da vagina e o clitóris constituem o que chamamos de pudendo feminino (ou vulva), a parte externa do aparelho genital feminino.  

Clitóris: órgão homólogo ao pênis, possuidor de tecido erétil que se enche de sangue durante o ato sexual. Assim como o pênis ele também possui uma glande, prepúcio e também é uma estrutura erógena, ou seja, envolvida na geração do prazer sexual (sensação do orgasmo). Normalmente, as figuras dos livros mostram apenas a glande do clitóris, porém, perceba na imagem a seguir que ele apresenta partes que se localizam internamente.

*Dizer que dois órgãos são homólogos significa dizer que têm a mesma origem embrionária, não que sejam iguais, ou coisas do tipo "o clitóris é o pênis feminino".


Vagina: em latim, vagina significa bainha de espada. É um canal onde se introduz o pênis e se deposita o esperma. No parto normal o bebê sai do corpo feminino através da vagina. Possui glândulas lubrificantes (localizadas principalmente mais próximas do início e final do canal vaginal) e pode se dilatar e aumentar de comprimento durante o ato sexual para reduzir a fricção com o pênis. Além da vagina, o clitóris e os lábios menores também se dilatam durante o ato sexual. Durante o orgasmo a musculatura da vagina se contrai no sentido de auxiliar o transporte dos espermatozoides.

Dentre as glândulas de destaque, localizadas na abertura da vagina, podemos citar as glândulas de Bartholin, homólogas às glândulas bulbouretrais masculinas, e as glândulas de Skene, homólogas à próstata. Pode-se dizer que ambas atuam na lubrificação da vagina. (OBS: de novo, dizer que são homólogas se refere apenas à origem embrionária. As secreções são distintas.).


Imagem: allbodies.com



Sabe-se que o meio da vagina é ácido (pH 4,0 - 4,7) por conter ácido lático e isso impede a proliferação de micro-organismos potencialmente patogênicos. Porém, ainda não se sabe dizer ao certo se a acidez tem como causa principal a secreção das glândulas ou se é devida ao ácido lático produzido por lactobacilos. Lembre-se que essa acidez vaginal também prejudica a mobilidade e a viabilidade dos espermatozoides, por isso, o esperma é alcalino e capaz de neutralizar essa acidez.

A abertura da vagina é chamada de vestíbulo vaginal e é parcialmente recoberta por uma membrana chamada hímen.

Hímen: membrana que recobre o vestíbulo parcialmente, vestígio do desenvolvimento embrionário e cuja função ainda não é completamente entendida. Pode ser que atue no sentido de tampar parcialmente a vagina para dificultar o surgimento de infecções antes da idade reprodutiva. Há vários tipos de hímen, alguns recobrem mais e outros menos a abertura da vagina e esses hímens podem ou não ser rompidos tanto como resultado de atividade sexual quanto de atividade física intensa, sendo assim, a presença ou não de um hímen intacto não é um indicativo do status de virgindade de uma mulher.

Útero: órgão oco de paredes musculosas que abriga o bebê durante o desenvolvimento dele. Pode se contrair para expulsar o bebê no momento do parto e também para eliminar as camadas de endométrio espessado descartado em cada ciclo menstrual.

Endométrio: mucosa que reveste o interior do útero. É onde o embrião irá se implantar, por isso, é rico em vasos sanguíneos e glândulas. Pode se tornar mais espesso devido à ação estrogênica.

Colo uterino: porção mais afilada e de consistência mais firme, também chamada de cérvice.
O colo uterino possui glândulas cuja secreção varia dependendo do estágio do ciclo menstrual no qual a mulher se encontra: logo antes e durante a ovulação, a secreção é menos ácida, mais pegajosa e favorece a sobrevivência dos espermatozoides no meio ácido da vagina, porém, nos outros dias, a secreção é mais ácida, mais espessa e forma uma espécie de tampa no colo uterino, que impede a passagem do esperma.  

Tubas uterinas: canais que ligam os ovários ao útero. Transportam os gametas e o embrião.

Ovários: gônadas femininas. Produzem gametas e hormônios femininos (estrógenos e progesterona). As regiões funcionais dos ovários são os folículos ovarianos, neles são produzidos os hormônios e os gametas.

Sobre os cistos no ovário: os cistos são bolsas membranosas, preenchidas por fluídos e/ou material semissólido (exceto pus). Os cistos às vezes podem se romper e causar dores, náuseas, irregularidades no ciclo menstrual e etc. Podem se originar tanto a partir do crescimento excessivo dos folículos ovarianos e corpos amarelos quanto a partir de outras partes do ovário.

A síndrome dos ovários policísticos é uma condição causada por níveis elevados de hormônios masculinos no organismo. Esses índices hormonais geram diversos sintomas, como os ciclos menstruais irregulares, baixa fertilidade, vários cistos de tamanho menor que o convencional nos ovários e outros.

REFERÊNCIAS:

Amabis & Martho. Biologia das Células. 3ª Ed. Moderna. 2010.
Bancroft, J. The endocrinology of sexual arousal. Journal of endocrinology. 186:411-427. 2005.
Campbell NA, Reece JB et al. Biologia. 8ª Ed. Artmed. 2010.
Cook WJ, Johnson RV & Krych EH. (Editores). Mayo Clinic Guide to your Baby’s First Year. Good Books. 2012.

Wikipédia em língua inglesa, entradas diversas sobre os assuntos abordados aqui.
Website do Dr. Dráuzio Varella.
https://www.niddk.nih.gov/health-information/urologic-diseases/prostate-problems/prostate-enlargement-benign-prostatic-hyperplasia
https://www.health.harvard.edu/a_to_z/enlarged-prostate-benign-prostatic-hyperplasia-a-to-z
http://www.medicinenet.com/ovarian_cysts/article.htm#what_is_the_ovary_and_what_are_ovarian_cysts
http://youngwomenshealth.org/2013/07/10/hymens/
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmedhealth/PMHT0024506/
https://en.wikipedia.org/wiki/Bartholin%27s_gland
https://en.wikipedia.org/wiki/Skene%27s_gland
https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/vulva/
https://jenapincott.wordpress.com/2009/04/19/why-does-your-left-testicle-hang-lower/
https://teachmeanatomy.info/pelvis/the-male-reproductive-system/seminal-vesicles/
https://en.wikipedia.org/wiki/Bulbourethral_gland
https://courses.lumenlearning.com/wmopen-biology2/chapter/human-reproductive-anatomy/
https://www.msdmanuals.com/home/women-s-health-issues/biology-of-the-female-reproductive-system/female-external-genital-organs
http://www.meddean.luc.edu/lumen/meded/grossanatomy/pelvis/homology.html
https://allbodies.com/skenes-glands-vs-bartholins-vaginas-make-their-own-lube/
https://www.livescience.com/44076-reproductive-system-surprising-facts.html
https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/low-sperm-count/diagnosis-treatment/drc-20374591