ECOLOGIA 10 - O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O conceito de pegada ecológica: antes de abordar o conceito de desenvolvimento
sustentável, vejamos outro, chamado de pegada ecóloga (ecological footprint). A pegada ecológica corresponde a um modelo
que estima a área necessária em hectares (ha) para sustentar uma pessoa de uma
dada população humana. É uma medida das demandas humanas sobre a natureza.
Normalmente os países ricos tem os maiores valores, o Japão, por exemplo, tem
um valor maior que a extensão territorial do país, assim, eles precisam
utilizar outros territórios. A maior pegada ecológica pertence aos Emirados
Árabes Unidos, de 9,9 ha/pessoa. O Brasil tem, em média, 2,2 ha/pessoa, mas
certas regiões do país chegam a 7,5 ha/pessoa. Considerando a população
mundial, acredita-se que o planeta Terra teria de ser 50 % maior para atender
as demandas dos recursos que consumimos e para absorver os dejetos que geramos.
Alguns exemplos
dos tipos de recursos e regiões que os humanos utilizam.
O desenvolvimento sustentável: tendo em vista todos os conceitos e
os problemas mencionados até aqui, vamos terminar destacando o conceito de desenvolvimento sustentável, que
basicamente se refere à um modelo, ou à uma série de ações, comportamentos,
políticas, estudos e etc. que visam a promover o desenvolvimento social e
econômico ao mesmo tempo em que se preservam os ambientes e os recursos
naturais. O objetivo é que esses recursos possam prover as necessidades das
sociedades contemporâneas de maneira justa e sem esgotá-los, para que as
gerações futuras também possam usufruir deles. Perceba, então, que o
desenvolvimento social não é um termo que se refere especificamente a um modelo
econômico e de produção, ele abrange também vários aspectos no âmbito social, como
o combate à discriminação, igualdade de gêneros, alfabetização e etc. Veja o
vídeo no link a seguir:
>> https://youtu.be/0XTBYMfZyrM
As estratégias para se
conseguir isso são baseadas em desenvolver técnicas eficientes para o manejo e o
gerenciamento dos recursos ambientais e a mudança no estilo de vida de certas
populações que consomem de maneira excessiva. Como exemplos, deve-se incentivar
os indivíduos e as instituições a aderirem à coleta seletiva do lixo, de forma
a melhorar o descarte, a reutilização e diminui os impactos ambientais, aderir
às práticas agrícolas que promovam a sustentabilidade, como a permacultura, que
visa reciclar e reutilizar todo o material gerado no sistema produtivo. Como já
mencionado, a humanidade consome os recursos naturais mais rapidamente do que a
taxa de renovação/recomposição da natureza.
Imagem mostrando a
ação coletiva de vários agentes da sociedade no sentido de promover objetivos
no âmbito do desenvolvimento sustentável.
Alguns recursos podem ser repostos
rapidamente, tanto por processos físicos quanto pela própria atividade humana,
são os chamados recursos naturais
renováveis. Alguns exemplos são a energia solar e a eólica. Outros tipos de
recursos, porém, não podem ser repostos em um espaço de tempo curto, eles têm
ciclos naturais lentos. Esses são os recursos
naturais não renováveis, como o petróleo, o carvão mineral e o gás natural.
Recomenda-se reduzir o uso
desses recursos, especialmente os não renováveis, e buscar fontes alternativas.
Citam-se muito os chamados 5 Rs da
sustentabilidade: reduzir, reutilizar, reciclar, repensar e recusar.
Por exemplo, até certo ponto e
com as devidas restrições, podem se utilizar outras alternativas energéticas,
renováveis, aos combustíveis fósseis, como a energia eólica, a energia solar, a
geotérmica e os biocombustíveis. Nesse último caso, os melhores exemplos são o
etanol, produzido a partir da cana de açúcar e o biodiesel, produzido a partir
de óleos vegetais e gorduras animais, que por sua vez, podem ser provenientes
dos resíduos presentes nos esgotos (também se pode usar os resíduos dos esgotos
para outros fins dentro do âmbito da sustentabilidade).
Painéis solares
instalados em um lago.
Além de se adotarem essas boas
práticas, devem-se também proteger certas regiões e impedir ou restringir
certas atividades nelas. De acordo com dados de 2009 estima-se que apenas 12,8
% da área de todos os biomas terrestres era indicada como espaço a gozar de
algum tipo de proteção. No Brasil, a Lei 9985/2000 estabelece as áreas naturais
em dois grupos, as de uso sustentável, cujos recursos podem ser utilizados (de
modo sustentável) e as áreas de proteção integral, nas quais os recursos só
podem ser explorados de maneira indireta, como a pesquisa científica e as atividades
de ensino. Dentre as áreas de proteção integral, apenas os Parques Nacionais
podem receber atividades de turismo e lazer.
O parque nacional
de Brasília. Conhecido pela piscina “Água Mineral”.
Há tempos têm sido realizadas
diversas reuniões entre os líderes mundiais, nas quais se realizam acordos e se
redigem documentos com metas para tentar se atingir os objetivos mencionados
até agora. Alguns exemplos: a Rio 1992, na qual se elaborou o documento chamado
Agenda 21, na qual se discutiu planos para a construção de sociedades sustentáveis;
o encontro de 1997 em Kyoto, no qual se elaborou o protocolo de Kyoto, que lida
com a redução na emissão de CO2; e a Rio+10, em 2012, na África do
Sul, na qual se discutiram pontos diversos relacionados ao desenvolvimento
sustentável e à economia verde.
Espera-se que ao longo do
tempo os governos consigam atingir uma sinergia no tocante aos objetivos e
medidas que devem adotar para se atingir objetivos sustentáveis, de maneira que
possam também permitir o desenvolvimento e o bem-estar dos cidadãos dos países
mais pobres. Para isso, é necessário continuar efetuando pesquisas científicas
e adotando pontos de vista mais moderados e conciliadores. Assim, espera-se que
possamos construir sociedades sustentáveis e progredir.
REFERÊNCIAS (da série de ecologia):
https://g1.globo.com/natureza/noticia/cerrado-a-floresta-de-cabeca-para-baixo-que-abastece-boa-parte-do-brasil.ghtml
https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2021/07/12/pesquisa-investiga-impactos-do-aluminio-nas-plantas-do-cerrado/
http://ecologia.ib.usp.br/cerrado/aspectos_solo.htm
https://integraragro.com.br/index.php/notas-tecnicas/40-conhecendo-os-solos-do-cerrado
http://cerrado.museuvirtual.unb.br/index.php/meios/hidrografia
https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2022/01/03/disparada-em-desmatamento-no-cerrado-alarma-cientistas.htm
https://oeco.org.br/reportagens/cerrado-responde-por-quase-um-terco-de-toda-area-desmatada-no-brasil-em-2020/
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-57507268
Referências gerais:
Lopes, L. & Rosso, S. BIO:
Volume Único. Saraiva. 3ª ed. 2013.
Thompson, M. & Rios, EP. Conexões
com a Biologia. Vol. 1. Moderna. 2ª ed. 2016.
Townsend, CR., Begon, M.,
Harper, JL. Fundamentos em Ecologia. 3ª ed. Artmed. 2010.
Urry, LA. et al. Biology.
11th ed. Pearson. 2016.