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sábado, outubro 26, 2019

ECOLOGIA 10 - O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


ECOLOGIA 10 - O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O conceito de pegada ecológica: antes de abordar o conceito de desenvolvimento sustentável, vejamos outro, chamado de pegada ecóloga (ecological footprint). A pegada ecológica corresponde a um modelo que estima a área necessária em hectares (ha) para sustentar uma pessoa de uma dada população humana. É uma medida das demandas humanas sobre a natureza. Normalmente os países ricos tem os maiores valores, o Japão, por exemplo, tem um valor maior que a extensão territorial do país, assim, eles precisam utilizar outros territórios. A maior pegada ecológica pertence aos Emirados Árabes Unidos, de 9,9 ha/pessoa. O Brasil tem, em média, 2,2 ha/pessoa, mas certas regiões do país chegam a 7,5 ha/pessoa. Considerando a população mundial, acredita-se que o planeta Terra teria de ser 50 % maior para atender as demandas dos recursos que consumimos e para absorver os dejetos que geramos.


Alguns exemplos dos tipos de recursos e regiões que os humanos utilizam.

O desenvolvimento sustentável: tendo em vista todos os conceitos e os problemas mencionados até aqui, vamos terminar destacando o conceito de desenvolvimento sustentável, que basicamente se refere à um modelo, ou à uma série de ações, comportamentos, políticas, estudos e etc. que visam a promover o desenvolvimento social e econômico ao mesmo tempo em que se preservam os ambientes e os recursos naturais. O objetivo é que esses recursos possam prover as necessidades das sociedades contemporâneas de maneira justa e sem esgotá-los, para que as gerações futuras também possam usufruir deles. Perceba, então, que o desenvolvimento social não é um termo que se refere especificamente a um modelo econômico e de produção, ele abrange também vários aspectos no âmbito social, como o combate à discriminação, igualdade de gêneros, alfabetização e etc. Veja o vídeo no link a seguir:


>> https://youtu.be/0XTBYMfZyrM

As estratégias para se conseguir isso são baseadas em desenvolver técnicas eficientes para o manejo e o gerenciamento dos recursos ambientais e a mudança no estilo de vida de certas populações que consomem de maneira excessiva. Como exemplos, deve-se incentivar os indivíduos e as instituições a aderirem à coleta seletiva do lixo, de forma a melhorar o descarte, a reutilização e diminui os impactos ambientais, aderir às práticas agrícolas que promovam a sustentabilidade, como a permacultura, que visa reciclar e reutilizar todo o material gerado no sistema produtivo. Como já mencionado, a humanidade consome os recursos naturais mais rapidamente do que a taxa de renovação/recomposição da natureza.


Imagem mostrando a ação coletiva de vários agentes da sociedade no sentido de promover objetivos no âmbito do desenvolvimento sustentável.

Alguns recursos podem ser repostos rapidamente, tanto por processos físicos quanto pela própria atividade humana, são os chamados recursos naturais renováveis. Alguns exemplos são a energia solar e a eólica. Outros tipos de recursos, porém, não podem ser repostos em um espaço de tempo curto, eles têm ciclos naturais lentos. Esses são os recursos naturais não renováveis, como o petróleo, o carvão mineral e o gás natural.



Recomenda-se reduzir o uso desses recursos, especialmente os não renováveis, e buscar fontes alternativas. Citam-se muito os chamados 5 Rs da sustentabilidade: reduzir, reutilizar, reciclar, repensar e recusar.



Por exemplo, até certo ponto e com as devidas restrições, podem se utilizar outras alternativas energéticas, renováveis, aos combustíveis fósseis, como a energia eólica, a energia solar, a geotérmica e os biocombustíveis. Nesse último caso, os melhores exemplos são o etanol, produzido a partir da cana de açúcar e o biodiesel, produzido a partir de óleos vegetais e gorduras animais, que por sua vez, podem ser provenientes dos resíduos presentes nos esgotos (também se pode usar os resíduos dos esgotos para outros fins dentro do âmbito da sustentabilidade).


Painéis solares instalados em um lago.

Além de se adotarem essas boas práticas, devem-se também proteger certas regiões e impedir ou restringir certas atividades nelas. De acordo com dados de 2009 estima-se que apenas 12,8 % da área de todos os biomas terrestres era indicada como espaço a gozar de algum tipo de proteção. No Brasil, a Lei 9985/2000 estabelece as áreas naturais em dois grupos, as de uso sustentável, cujos recursos podem ser utilizados (de modo sustentável) e as áreas de proteção integral, nas quais os recursos só podem ser explorados de maneira indireta, como a pesquisa científica e as atividades de ensino. Dentre as áreas de proteção integral, apenas os Parques Nacionais podem receber atividades de turismo e lazer.

O parque nacional de Brasília. Conhecido pela piscina “Água Mineral”.

Há tempos têm sido realizadas diversas reuniões entre os líderes mundiais, nas quais se realizam acordos e se redigem documentos com metas para tentar se atingir os objetivos mencionados até agora. Alguns exemplos: a Rio 1992, na qual se elaborou o documento chamado Agenda 21, na qual se discutiu planos para a construção de sociedades sustentáveis; o encontro de 1997 em Kyoto, no qual se elaborou o protocolo de Kyoto, que lida com a redução na emissão de CO2; e a Rio+10, em 2012, na África do Sul, na qual se discutiram pontos diversos relacionados ao desenvolvimento sustentável e à economia verde.



Espera-se que ao longo do tempo os governos consigam atingir uma sinergia no tocante aos objetivos e medidas que devem adotar para se atingir objetivos sustentáveis, de maneira que possam também permitir o desenvolvimento e o bem-estar dos cidadãos dos países mais pobres. Para isso, é necessário continuar efetuando pesquisas científicas e adotando pontos de vista mais moderados e conciliadores. Assim, espera-se que possamos construir sociedades sustentáveis e progredir.

REFERÊNCIAS (da série de ecologia):

https://g1.globo.com/natureza/noticia/cerrado-a-floresta-de-cabeca-para-baixo-que-abastece-boa-parte-do-brasil.ghtml
https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2021/07/12/pesquisa-investiga-impactos-do-aluminio-nas-plantas-do-cerrado/
http://ecologia.ib.usp.br/cerrado/aspectos_solo.htm
https://integraragro.com.br/index.php/notas-tecnicas/40-conhecendo-os-solos-do-cerrado
http://cerrado.museuvirtual.unb.br/index.php/meios/hidrografia
https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2022/01/03/disparada-em-desmatamento-no-cerrado-alarma-cientistas.htm
https://oeco.org.br/reportagens/cerrado-responde-por-quase-um-terco-de-toda-area-desmatada-no-brasil-em-2020/
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-57507268



Referências gerais:

Lopes, L. & Rosso, S. BIO: Volume Único. Saraiva. 3ª ed. 2013.
Thompson, M. & Rios, EP. Conexões com a Biologia. Vol. 1. Moderna. 2ª ed. 2016.
Townsend, CR., Begon, M., Harper, JL. Fundamentos em Ecologia. 3ª ed. Artmed. 2010.
Urry, LA. et al. Biology. 11th ed. Pearson. 2016.