ECOLOGIA 03 - OS ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS
Maximiliano Mendes
Até agora só vimos os
ecossistemas e os biomas terrestres, porém, claro, há ecossistemas aquáticos: os
oceanos, os rios, os lagos e os manguezais. Antes de oferecermos uma descrição breve
desses ecossistemas, vejamos como podemos classificar os organismos nos
ecossistemas aquáticos:
Plâncton: conjunto dos organismos pequenos, muitos microscópicos,
que vivem em suspensão e são transportados passivamente, pois não têm força e
tamanho para vencer as correntes de água. O plâncton pode ser classificado como
fitoplâncton, os clorofilados
fotossintetizantes, que são basicamente as algas, e zooplâncton, os não clorofilados e heterótrofos (por exemplo,
pequenos artrópodes e protozoários). Apesar do nome “plâncton” lembrar
“planta”, alguns organismos planctônicos são animais.
Nécton: animais que nadam ativamente, como os peixes. Como têm um
tamanho um pouco maior, são capazes de vencer as correntes de água nadando.
Bentos: organismos que vivem no fundo, no substrato, podem ser
fixos, como os corais, ou móveis, como os siris. Alguns vivem enterrados.
Segue uma descrição breve dos
ecossistemas aquáticos:
Os manguezais são ecossistemas litorâneos nos locais onde os rios
desembocam nos mares. No Brasil, fazem parte do domínio de mata atlântica. São
ecossistemas de transição, com água salobra e constituem o “berçário” de vários
animais marinhos, ou seja, os animais depositam os seus ovos nas águas do
manguezal e lá as larvas se desenvolvem.
Além do componente aquático os
mangues possuem um solo lodoso rico em massa orgânica. O fundo do rio também
tem muitos nutrientes, pois, quando a maré sobe e as águas do mar, levemente alcalinas,
encontram-se com as águas dos rios, que tendem a ser mais ácidas, há a
precipitação do material orgânico.
Aos oceanos e rios dá-se o
nome de ecossistemas lóticos, são os
que possuem águas correntes. Já os lagos e lagoas são chamados ecossistemas lênticos, cujos fluxos de água são de
baixa velocidade, tão baixa que também se pode dizer que são os ecossistemas de
águas paradas. Os ecossistemas de água doce também são chamados de límnicos (do grego limne, que significa lago).
É comum que a diversidade
biológica nos ecossistemas lóticos seja menor que a dos lênticos, por conta da
dificuldade de se estabelecer na corrente de água. Por exemplo, os lóticos têm
menos plâncton.
Os oceanos constituem os maiores ecossistemas do planeta, têm grande
variação de latitude e profundidade das águas e muitos organismos
fotossintéticos: as algas constituintes do fitoplâncton, responsáveis pela produção
da maior parte do O2 atmosférico. Atualmente, o O2
constitui aproximadamente 21 % da composição de gases da atmosfera e isso se
deve primordialmente à atividade fotossintética dos organismos marinhos.
No que diz respeito às profundidades
das águas oceânicas dividimos as águas em zonas, sendo elas, de maneira
simplificada:
Zona fótica: até 200 m de profundidade, o máximo que a luz consegue
penetrar nas águas. É onde se concentram os organismos fotossintetizantes.
Zona afótica: além da zona fótica. A luz não chega nessa zona e
muitos dos organismos dependem dos detritos provenientes da zona fótica. Há
nesses locais as chamadas fontes
hidrotermais, fontes que jorram águas vulcânicas de altas temperaturas onde
vivem organismos procariontes quimiossintéticos. Nos locais afastados dessas
fontes as águas são bem frias. É bom destacar que as regiões dessas fontes são
ricas em metais preciosos, como o cobre, a prata e o ouro, o que tem despertado
o interesse das mineradoras, mas também dos ativistas ambientais.
Antes de prosseguirmos, é bom
destacar que os ecossistemas não são sistemas fechados, isolados uns dos
outros. Além das regiões de transição, os organismos podem se mover e transportar
substâncias entre diferentes ecossistemas, como é o caso dos animais
migratórios. As correntes de ar e de água, componentes abióticos, também podem
transportar substâncias entre os ecossistemas.
Tendo visto essa parte inicial, uma apresentação
geral dos conceitos básicos e dos biomas, vamos em seguida à parte referente ao
fluxo de energia em um ecossistema.
REFERÊNCIAS:
As referências básicas dessa série sobre ecologia são:
Lopes, L. & Rosso, S. BIO: Volume Único. Saraiva. 3ª ed. 2013.Thompson, M. & Rios, EP. Conexões com a Biologia. Vol. 1. Moderna. 2ª ed. 2016.Townsend, CR., Begon, M., Harper, JL. Fundamentos em Ecologia. 3ª ed. Artmed. 2010.Urry, LA. et al. Biology. 11th ed. Pearson. 2016.
REFERÊNCIAS:
As referências básicas dessa série sobre ecologia são:
As restantes serão informadas na parte final sobre esse assunto.